domingo, 11 de maio de 2008

ARTUR DA TÁVOLA, POR VANIA DINIZ


rtur Da Távola, Minha Saudade
Por Vânia Moreira Diniz
http://www.vaniadiniz.pro.br/diario_vaniamdiniz/artur_da_tavola.htm
Esse é um momento de muita emoção. Muita. O escritor Artur da Távola era antes detudo um ser humano maravilhoso. Que se preocupava pelos seus semelhantes de uma maneiraespecial e que tinha um extremo cuidado pelo “outro”.
Perdeu o pai muito cedo e tinha pela mãe, Dona Magdalena um amor-veneração que em nenhum momento ele ocultava. Numa de suas inumeráveis crônicas escreve pondo sua alma à mostra: “Não estou aqui, porém, para elogiar minha mãe porque morreu há quase dezesseis anos, mas para dizer que, no recato de minha dor e na interiorização do meu sentir, mais que todos, eu poderia pensar com orgulho e egoísmo: sim, egoísmo, porque o que era teor dela em caráter e exemplo, agora me pertence mais que a todos. Fui seu cúmplice toda a vida e aprendi as admirações que lhe tributei. A morte nos permite essa apropriação sem inventário.”Embora formado, dizia que era um autodidata porque aprendera o verdadeiro sentido da vida nas ruas do Rio de Janeiro, na batalha de todos os dias e com a simplicidade que o caracterizava expunha os motivos que o fazia pensar assim.Falava de sua terra com inusitado amor e ultimamente até escreveu uma série de crônicas num livro eletrônico “Rio, Um olhar de amor” em que fala de sua recordações, enaltecendo bairros e acontecimentos bem cariocas e incrivelmente emocionantes, principalmente para seus conterrâneos.
Suas crônicas normalmente se baseavam no dia-a dia, nos acontecimentos presentes, no olhar de observação para cada momento da vida.Artur da Távola era o pseudônimo de Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros e seus livros foram apreciados em grande escala embora eu ache que ele merecia muito mais reconhecimento pelas obras que editou. Amava a música desmedidamente e ia fundo quando se tratava de enaltecê-la.
Presidente atual da Rádio Roquette Pinto dedicava-se ao cargo tão intensamente como o fizera em todas as outras atividades de sua vida.Seu caráter e ética permearam sua existência tanto como homem de família, literato, político, jornalista amigo e tenho certeza que está sendo esperado em seu espaço de luz enquanto caminha tranqüilamente na direção indicada.Poeta que marcou parte de minha vida e que eu admirava profundamente não só pelo carisma e sensibilidade mas também pelo talento fascinante e auto-conscientização de sua missão neste planeta.Ele me procurou pela primeira vez quando leu meu texto “Primavera” e desde aí não deixou de me prestigiar com seu carinho e amizade. Escreveu uma linda mensagem na orelha de meu livro ‘Pelos caminhos da Vida” e enviava crônicas diretamente para que eu as publicasse em sua coluna no meu portal. Continuamente tinha uma palavra de estímulo, divulgando meu portal em sua Casa de Cultura e enviando mensagens que me estimulavam a escrever cada vez com mais entusiasmo.Ao erguer sua coluna em meu Portal há muitos anos pedi que falasse um pouco de sua personalidade e ele me respondeu com sua singular humildade:
"Vânia: Como eu gostaria de ser tão bom quanto você sinceramente considera!. Sou uma pessoa pacífica, quase comum, filho de viúva muito cedo, torço pelo Fluminense, com humores, apetites, gostos populares, bom humor e dúvidas existenciais. Gosto de música, mulher que fala baixo e adoro ler vida de santos. Exatamente porque não o sou. Mas fico feliz por sua generosidade que aquece este velho coração."
E depois completou quando falamos sobre literatura: “Escrever é um trabalho braçal com um pedacinho de inspiração e uma secreta alegria que pagam a rudeza da tarefa.”
Artur da Távola foi embora, com a certeza que cumpriu seu papel e que está deixando aos que ficam um exemplo de amor aos semelhantes e quem o conheceu ou acompanhou sua vida e sua obra jamais poderá esquece-lo.E nessa saudosa hora de despedida desejo, de onde ele estiver que receba meu pessoal agradecimento pelo carinho, força, mensagens que deixou e que eu jamais poderei olvidar.
À sua família, o meus sentimentos de ternura e minhas orações para que tenham força numa hora tão difícil.Artur, grande mestre, muito obrigada. Obrigada pelos ensinamentos, pela lição de vida e por ter confiado no meu trabalho. Obrigada por ter deixado a todos nós um exemplo inexcedível de conduta intocável e principalmente de amor à humanidade.
Obrigada e minha saudade.
Vânia Moreira Diniz
Nota:A coluna de Artur da Távola em meu Portal :
http://www.vaniadiniz.pro.br/artur_da_tavola/index.htm
No Espaço Ecos tinha levantado outra coluna que iniciou poucos dias antes de sua partida:
http://www.vaniadiniz.pro.br/espaco_ecos/cronicas/artur_da_tavola.htm

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