terça-feira, 20 de maio de 2008

BABY GARROUX


Como disse o poeta Lindolf Bell: ENTERREM-ME NA PALAVRA!
O que ficou, o que nunca deixou de ser dito, lembrado sempre em minhas frases em meus livros, ARTUR, O CAVALEIRO DE TODAS TÁVOLAS REDONDAS. Ele ARTUR o sempre grande rei das palavras que deixou sementes plantadas em nossos corações. Poeta de todos os públicos, marco na cultura popular brasileira que nunca ficou nas gavetas. Ele foi nossa tomada de consciência do belo, do puro, do real antes que seja tarde. Um dos mais legítimos representantes de nossa inquieta geração, incentivador de ocuparmos nossos espaços. Nunca vi ninguém escrever, contar cantando frases, testos, poemas tão bem, com tanta intensidade, tanta garra, tanto domínio de voz, do gesto e do sentido. Ser amigo é conferir um mundo interior de possibilidades. Ser amigo é a linguagem extrema. Ele foi um dos maiores amigos. Sabemos que as veredas dos deuses pertencem aos que sabem conquistar. E amanhã o dia será de novos deuses e adeuses. Meu adeus e meu até breve porque não tardo partir, e debaixo de alguma ponte gritarei bem alto que ele soube florir e renascer das águas. Um solitário cuja doçura se funde à resina do galho que o suporta. E darei sempre as mãos a quem sempre teve mãos de dar.
Estou ainda calada na dor e no amor, em paz com minha desordem, meu canto rouco, meu viver interior, meu delírio, as águas da minha incerteza constante. Estou ainda calada na ferrugem de meus planos abandonados, mas na certeza de ser livre. Sempre há duas solidões que se aguardam. Por isso quero estar junto como raiz e tronco que aprendi a respeitar. Viver é campo de passagem. Tenho sempre um tempo de transição.
Convirá tantas vezes morrer, tantas vezes fluir, tantas vezes amar, tantas vezes viver com a vida entre os dentes como um sabre? Convirá crescer para a possibilidade de sermos podados? Convirá a pungência das horas amargas, das horas comuns? Assim nos conviremos, cheios de arestas e dilemas. Nunca mais o fingir para caber no porto. Não é a palavra fácil que procuro. Nem a difícil sentença. Procuro a palavra antes da palavra que se chama saudades.
Saudades de você Artur REI DA TÁVOLA REDONDA.
Até um dia. Até talvez. Até quem sabe.
Meus respeitos eternos,
Baby Garroux

Um comentário:

Heitor de Pedra Azul disse...

Sarava!
Artur,
Além de enorme
Conhecedor da alma humana,
é um gentil cavalheiro
Das Tavolas do Infinito.
Abraços
Heitor de Pedra Azul