quarta-feira, 20 de agosto de 2008

ANGELINA JOLIE, MCCAIN E OBAMA


ANGELINA JOLIE, MCCAIN E OBAMA
Régis Bonvicino
A eleição presidencial norte-americana está indefinida. John McCain, com as mesmas políticas de George Bush, que já consumiram US$ 85 bilhões só no Iraque, pode vencê-la, reafirmando, mais uma vez, o caráter conservador e bélico e até fascista daquela nação. Há fatores imprevisíveis, como invasão da Geórgia pelos russos, que traz mensagem clara aos ex-países que integravam a União Soviética: não se aproximem do Ocidente e dos ianques. Faz sentido. O senador Barack Obama, embora queira retirar tropas do Iraque, pretende intensificar a luta no Afganistão, sob o surrado pretexto de combater o “terror”, para justamente acossar a própria Rússia rearmada de Putin e Medvedev. McCain prega a guerra incessante nos dois fronts.
A indefinição do pleito e a necessidade de Obama de mostrar-se “confiável” aos brancos reflete-se na “corte” que os dois fazem a Angelina Jolie, Embaixadora da Boa Vontade em ajuda aos refugiados de guerra da ONU. Mais do que uma atriz, Jolie é uma celebridade mundial. Dos mais de 30 filmes em que atuou, salva-se um de bom nível: “Garota Interrompida”, de 1999, pelo qual recebeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2000. Salva-se também sua participação, como protagonista, na série televisual “Gia, Fama e Destruição”, em 1997. Todavia, ela é atriz medíocre, bastante aquém de Penélope Cruz ou mesmo de Kate Winslet. Recentemente, McCain acusou Obama de ser apenas uma celebridade, comparando-o a Britney Spears e a Paris Hilton, no comercial mais marcante – até aqui – da campanha de 2008. Poderia tê-lo comparado a Jolie, que tem percurso típico dos yuppies, jovens adultos que ascederam com as políticas neoliberais (Estado mínimo e anti-social, mercado) de Ronald Reagan, que presidiu os EUA de 1981 a 1989, e Margaret Tatcher, primeira ministra inglesa, de 1989 a 1990, que, no entanto, preservaram, sem o socialismo-anarquista da contracultura, alguns hábitos de seus antecessores, os hippies, como o uso de drogas (não mais transgressivo), a prática de amor livre sem distinção de sexo, a adesão ao budismo e aos orientalismos etc.

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