terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OBAMA LÁ, A POESIA NEGRA BRASILEIRA AQUI!


“Obama lá, a poesia negra brasileira aqui!”
O que difere radicalmente os poetas desta antologia daqueles Poemas Negros, de Jorge de Lima, Raul Bopp ou Gilberto Freire é que eles procuram, com um certo ponto de vista, tomar para si a causa da diferença e a diversidade, aguçadas pelo sentimento de expressar as próprias metáforas.
O que realmente significa ser um poeta negro?
Falando do negro como a si mesmo, perguntariam alguns perplexos portadores da mesma inconsciência nacional. Essa espé­cie de Negromania sem a conotação prosaica do termo é uma espécie de ser negro, de falar de seus desejos, das suas dores, de seus deuses e mitos, essa forma de transcender as pedras dos caminhos, um coração ancestral que bate forte em cada homem negro estigmatizado pelo preconceito e pela indiferença.
Esta antologia pode parecer uma apologia ao apartaide cultu­ral? Não, senhores, esses poemas e versos, em verdade, procu­ram o mesmo sentimento de beleza, e também e mais profunda­mente a razão política e consciente de gritar bem alto os nossos desejos, a nossa auto-estima, o nosso desconhecimento. A nossa ausência.
Esta antologia celebra aqui e agora com esses nossos poetas a volta aos anos sessenta, quando o mundo viu diante de si o talento da poesia negra manifestada pelo movimento da “Negritu­de”, falando com as novas vozes de Leopold Senghor, Aimé Cesaire e Leon Damas.
Assim, esta antologia não deixa de ser um alento para este momento de descobertas e de introduzir no cotidiano as vozes negras da nossa poesia.
Emanoel AraújoDiretor do Museu Afro Brasil/fonte: http://ulissestavares.com.br

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