sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

RAYMUNDO ARAUJO FILHO


Stédile X Dilma: Blá, blá, blá para enganar desavisados

Não gosto de enviar nada sobre política sem que tenha o meu comentário, pois política sem debate ou opinião firmada pelos interlocutores. Como recebi de um entusiasta do MST a reprodução sem comentários do diálogo entre Stédile e Dilma, sem nenhum comentário, talvez na certeza que ali se travava um debate entre um justo e uma injusta, tento aqui colocar alguns pingos em alguns iiiis.
Senão vejamos:
Primeiro a escolha do palco, para o "enfrentamento". Nenhum seria melhor do que este FMS (e os Fóruns Temáticos) em Porto Alegre que, a partir do terceiro realizado, foi totalmente hegemonizado pelas "forças militantes" do PT, tornando mais esta experiência que poderia ser virtuosa em palco para claques políticas e partidárias, uma espécie de FPU (Forum do Pensamento Único), nada mais se encontrando por lá, em termos de diversidade cultural, ideológica e política. No máximo uns europeus e estadunidenses, com cara de bobos alegres, ávidos por contatos com "o Povo pobre da América Latina e África")
Depois o local "sui generis" para o encontro de Romeu e Julieta, digo Catupiry e Goiabada, ooops, digo, Stédile e Dilma. Uma reunião fechada, com convidados especiais das cúpulas partidárias, ONGs amigas e demais aliados, todos imbuídos que a aliança vai resistir às diferenças de opinião, pois é o Poder quer está em jogo (e as verbas, liberadas em conta a gotas, e sob condições políticas explícitas). E o Poder, como sabemos, é a principal meta deles, desde que eles sejam os dirigentes. A mídia amiga, do PIL (Partido da Imprensa Lullista) já estava toda preparada para divulgarem "o nível de democracia de nosso Brasil, il, il, il. A presidenta Dilma en "confronto" direto com o Rei, digo, sec. geral do MST, Stédille.Agora os fatos: Dias antes deste "confronto" o dirigente do MST Joaquim Pinheiro deu entrevista expondo o que venho denunciando aqui há vários anos. Literalmente disse que o MST está no chão, sem capacidade de monbilização, que atribui ao crescente nível de emprego no país, ao Bolsa Família e a inatividade do governo federal com a paralização da REFORMA AGRÁRIA. lembro a todos que 65% dos empregos do país são de salário mínimo, que corresponde a cerca US$ 60, em se comparando ao dólar de FHC (cerca de R$3,60). E como sabemos, a cotação do dólar é fictícia, respondendo mais as necessidades políticas do que a qualquer coisa mensurável pela econometria.Primeira Pergunta: Porque um governo avançaria em um programa como a Reforma Agrária, se a demanda (= pressão popular) é quase nula?. Ora! É porque um "governo popular tem esta obrigação, a de democratizar o acesso e uso da terra", diria algum entusiasta Lulo-Petista-Dilmista. Conclusão Aristotélica: Este governo do PT não é de cunho e ideologia Popular, portanto.
Segunda pergunta: Porque então o MST apóia politicamente este governo, fingindo não ver que ser derrotado sem luta, aliás apoiando quem nos trai, é pior, pois não deixa sementes nem histórias para, quem sabe um dia, novas forças recomeçarem a luta, com outras perspectivas (a não ser que os "esquerdistas" de agora, persistam nos tempos vindouros, o que serria um desastre).Com este substrato Stédile dirige-se respeitosamente para aquela que veio terminar o serviço iniciado por Lulla, isto é, acabar com o MST, só que "democraticamente", sem uma borrachada, como faziam os outros presidentes. Já é alguma coisa! Diriam alguns. E muitos, além de acharem isso, se locupletaram com cargos públicos por nomeação (o MST sempre teve gente deles nomeada no INCRA, MDA e outros ministérios e governos estaduais e municipais) além de falcatruas como o PRONERA em MG, junto com a Universidade Metodista (segundo denúncia inequívoca do companheiro Julio Castro, aliás ameaçado de morte por um dirigente do MST mineiro, um marginal que atende pelo nome de Critistiano). Na sua preleção retoma, de forma monótona e quase cifrada toda a agenda abandonada pelo governo (pasmem, até o governo FHC superou os números do PT, na Reforma Agrária), na mesma lenga lenga anódina que estamos acostumados a ouvir, como se estivesse a dizer para a presidente Dilma "se preocupa não, pois tapa de amor não dói", reafirmando que as críticas não significam nenhuma possibilidade de rompimento e tornando mais popular ainda um ditado que tanta desgraça já causou neste país machista e misógeno, como afirmo ser o Brasil.

Dilma respondeu, simplesmente DEMOLINDO a prosopopéia "frapé" do Stédille, reafirmando como verdades todas as mentiras que estávamos acostumados a ouvir do....FHC (e do Collor). E tudo ficou por isso mesmo, todos satisfeitos com o grau de "democracia" deste Brasil, il, il, il.

Em seguida, a presidente DiLLma foi fazer bonito em Cuba (onde ficou um só dia - menos que na Bulgária, terra natal de seu pai, e sem nenhuma importância para nosotros brasileiros). Lá fez bonito, questionada sobre os direitos humanos, mencionou Guantánamo "colocando uma saia justa nos EUA", como ouvi um basbaque falar - com,o se o Brasiol tivesse alguma imnpoortãncia política no mundo e não fosse apenas a maior Casa de Tolerância do Capitalismo Internacional, como somos hoje, quando não se fazem mais meretrizes como antigamente....(aquelas ao menos cobravam alto pelos seus serviços).

Ao sair, deixou umas moedinhas para Cuba que, país pobre que é, e sujeito ao Bloqueio Econômico, não pode rejeitar, e até agradeceu (o que fez muito bem, visto o beco sem saída em que estão, infelizmente, mas não sem parcela de responsabilidade de seus dirigentes, mas que não me faz imprecar contra eles, com,o fazem alguns "esquerdistas mudernos". Ato contínuo, a presidente do Brasil, país que nos últimos dois anos recebeu de braços abertos e com visto de trabalho, cerca de 80 mil estrangeiros, quase todos brancos e europeus, que vieram para o Brasil, como a redescoberta do Novo Mundo quinhentista, para dizer aos haitianos que o Brasil recebeu de braços abertos 4 mil haitianos, e vai receber mais mil....POR ANO, isto é, 40 vezes menos do que recebe de europeus, sem reclamar. Temo uma guerra civil no Haiti, na fila de vistos diplomáticos para o Brasil....

Assim, Dilma deu um cala a boca nesta Ex Esquerda Corporation W.C. de StédiLLes e Companhia, que a acompanha nesta aventura governamental, dizendo que "não corremos o risco de voltar ao neoliberalismo" (é lógico, pois dele não saímos...), com esta resposta tão contundente quanto mentirosa ao Stédille, em um Forum Internacional, como é o FSM, e a viagem de "marketing" pessoal, como uma Rainha de Sabá a distribuir esmolas aos seus primos pobres do Caribe e, de quebra, alguma movimentação tímida, sem graça, eficácia e tardia, sobre o Massacre de Pinheirinhos, talvez para encobrir a paralisia das forças petistas que dizem antagonizar o PSDB, e com o rabo preso por ação de igual teor, com violenta desocupação de área, feita pelo governo petista do Distrito Federal, outro dia, mas não noticiado (vide http://emicles.blogspot.com/2012/01/fiscalizacao-derruba-500-edificacoes.html). Com uma fachada desta, qual o "esquerdista" que vai contestar o que vai por aqui?
O chato é esperar o que VIRÁ por aqui...
Assim, fica a possibilidade de um "enfrentamento" mixuruca, sem resultado algum, virado senão em mais uma derrota do que seria a reinvindicação de um projeto social consistente para o país, cuja política de habitação não dependesse dos "humores e rentabilidade" para os empresários, uma Reforma Agrária que signifique a mudança de rumos e de modelo econômico (mais do que neo liberal, a meu ver) e tudo aquilo que todos estão cansados de saber, mas que apenas uma minoria tem a coragem de denunciar, sem que esteja por trás, apenas a luta política para o retorno do outro time de Ali Babás, para nos governarem.
Assim, Stédile conseguiu a visibilidade que necessita para fingir que "continua na luta", e Dilma ampliou a sua área de manobra, engolindo o Stédile e jogando para a platéia da Ex Esquerda Corporation W.C., para tudo "continuar como d'antes no quartel do Abrantes", inclusive em Guantánamo pois, como já escrevi acima, mas repito convicto, Dilma e o Brasil NADA, ABSOLUTAMENTE NADA representam politicamente na geopolítica mundial, sendo somente o país onde o capitalismo poderá se reorganizar na sua nova etapa de exploração.Qualquer interpretação diferente desta que faço, do "embate de Itararé" entre Stédile e Dilma terá de vir acompanhado de fatos, e não apneas conjecturas pessoais.

Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopatia e reinicia em 2012 a sua labuta de articulista chato e crítico, escrevendo Lula e Dilma com um "l" só, mas adotando o mesmo para o Collor (agora Color) por considerá-lo apenas um aprendiz de feiticeiro, comparando-o com o que vai nas nossas costas com estes "governos populares" que temos tido de uns anos para cá.

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